A Teoria das Ondas de Elliott é uma das mais famosas teorias de análise técnica. É provável que você já tenha visto elas ao ler sobre a movimentação do preço de um ativo, seja no mercado tradicional ou no mercado de criptomoedas. Esta teoria busca identificar toda a tendência em torno do preço de um ativo, e não se limita apenas em tentar “adivinhar” quanto ele custará.
Algo notável sobre a teoria é seu tempo de existência. As Ondas de Elliott ficaram famosas em 1935, quase 90 anos atrás. Mesmo assim, entender como elas funcionam é extremamente relevante ao observar tecnicamente a variação do preço de uma criptomoeda, por exemplo. E, por meio deste texto, você vai entender como elas funcionam e como utilizá-las no trade:
- O que é uma análise técnica: tendo em vista a utilização das Ondas em análises técnicas, é importante entender o que são e sua utilidade;
- O que são Ondas de Elliott e como surgiram: uma introdução à Teoria das Ondas de Elliott, bem como um rápido contexto histórico de como elas surgiram;
- Principais ondas: uma abordagem de fácil entendimento sobre as duas principais ondas que são tidas como os fundamentos da teoria;
- Regras das Ondas de Elliott: o criador das Ondas de Elliott definiu algumas importantes regras, que devem ser observadas ao traçar as ondas.
O que é uma análise técnica?
Antes de abordar as Ondas de Elliott, é preciso entender rapidamente o que é uma análise técnica. Possivelmente você já viu um analista de criptomoedas prevendo o preço de criptomoedas usando nomes confusos, caso você seja um novato no mercado financeiro. Provavelmente, essa era uma análise técnica.
Uma análise técnica nada mais é do que uma disciplina dentro da negociação de criptomoedas. Melhor ainda, dentro do que é chamado de trading. Ela é empregada para avaliar melhor as oportunidades de trading, avaliando diferentes métricas e indicadores criados.
Além disso, uma análise técnica é diferente de uma análise fundamentalista. Enquanto a análise fundamentalista se baseia em critérios inerentes de uma empresa para avaliar suas ações, como vendas e receita, a análise técnica se debruça sobre indicadores como preço e volume. Como já foi dito, a análise técnica pode ser usada para prever o preço desde commodities, até ações e criptomoedas. Vale, então, conferir alguns dos indicadores técnicos.
O que são indicadores técnicos?
Os indicadores técnicos são fundamentais para uma análise técnica. Tratam-se de sinais formados, principalmente, pelas ações de preço e volume de um ativo específico. Os indicadores mais comuns são: Índice de Força Relativa (RSI), Linhas de Tendência e Médias Móveis (MA).
Esses indicadores surgem por meio da análise de dados de um ativo no mercado, observados por meio de gráficos de preço. Observando movimentações passadas de um ativo, traders tentam usar os indicadores técnicos para entender as movimentações futuras. Desta forma, é possível analisar bons pontos de compra e venda, por exemplo.
Fazer uma análise técnica para investir em um ativo não é algo obrigatório. Como já foi dito, há também a análise fundamentalista. Contudo, é importante realizar uma análise técnica caso nenhuma outra análise tenha sido feita. Então, resumindo a área de análise técnica:
- Indicadores técnicos: sinais obtidos ao se observar, principalmente, o preço e o volume de um ativo;
- Análise técnica: análise feita por meio da observação dos indicadores técnicos, utilizada por traders para identificar bons pontos de entrada e saída no mercado;
- Teoria das Ondas de Elliott: uma teoria a ser utilizada dentro do campo da análise técnica.
Teoria das Ondas de Elliott
Visitadas as questões de análise técnica, agora é possível falar tranquilamente sobre a Teoria das Ondas de Elliott. Esta teoria foi desenvolvida por Ralph Nelson Elliott na primeira metade do século XX, após Elliott se aposentar forçadamente por conta de uma doença. Ao buscar algo para ocupar seu tempo, ele acabou estudando padrões gráficos, encontrando no processo um padrão de ondas no mercado.
Em 1935, a teoria que previa padrões de ondas no mercado ficou famosa, quando Elliott previu com sucesso um fundo no mercado de ações. Desde então, a notoriedade do modelo cresceu, sendo utilizada até hoje por traders em análises técnicas. Contudo, a Teoria das Ondas de Elliott não é focada em dar certeza sobre movimentos futuros de preço de um ativo.
Em vez disso, o que se busca ao observar as Ondas de Elliott é entender e organizar as diferentes ações de preço que um ativo pode tomar, bem como suas probabilidades. Em outras palavras, trata-se de um modelo para entender de forma mais aprofundada sobre um ativo e seu comportamento em um dado mercado.
Ao observar os movimentos de alta e baixa de um determinado ativo, é possível observar que tais movimentos criam ondas. Estas ondas podem ser observadas, ainda, no comportamento dos investidores dentro de um mercado. Em sua base, a Teoria das Ondas de Elliott conta com duas principais ondas: ondas de impulso e ondas de correção.
Principais ondas
Conforme dito, as principais ondas são as ondas de impulso e as ondas de correção. As ondas de impulso são compostas por cinco “sub-ondas” que se movimentam na mesma direção da tendência do próximo grande grau. É o padrão de onda mais fácil de observar em um mercado.
São cinco sub-ondas, das quais três são ondas de alta e duas são ondas de correção. As ondas de correção, por sua vez, também são chamadas de ondas diagonais. Geralmente são vistas em formações de três sub-ondas, ou uma combinação de três formações de três sub-ondas.
As ondas de correção, diferente das ondas de impulso, movem-se na direção oposta de tendência do próximo grande grau. Cada sub-onda no padrão de ondas de correção nunca retorna no nível da sub-onda anterior. Note-se, apesar de opostos, estes padrões são parecidos. Além disso, para facilitar na observação das ondas, Elliott criou algumas regras que devem ser seguidas ao utilizar seu modelo. Abaixo, a imagem auxilia na leitura do modelo de Ondas de Elliott:
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Regras das Ondas de Elliott
A ideia desta teoria é não tentar encaixar um molde fixo no mercado. Em vez disso, observa-se a dinâmica do mercado e entende-se a movimentação do ativo. Para isso, é necessário observar algumas regras. Ainda considerando a imagem acima, é necessário entender que as regras abaixo não podem ser quebradas:
- Regra um: a segunda onda nunca pode retornar mais do que 100% em relação à primeira onda;
- Segunda Regra: a terceira onda nunca pode ser a menor dentre as ondas 1, 3 e 5;
- Regra três: a onda 3 não pode ficar atrás da onda 4 em termos de movimento. Ou seja, ela não pode fazer um movimento diferente do que está previsto na imagem acima.
Caso apenas uma dessas regras não seja respeitada, não é possível montar o padrão das Ondas de Elliott. É importante observar e treinar a visualização destes movimentos no gráfico, uma vez que iniciantes podem ter certa dificuldade para visualizar os padrões. Ademais, é também importante ter em mente que este é um modelo criado há 90 anos, e as análises técnicas evoluíram ao longo do tempo.
Assim, recomenda-se que outros indicadores técnicos sejam acrescentados para uma leitura técnica do gráfico ainda mais completa. Por exemplo, Elliott reconheceu a importância dos níveis de Fibonacci para observar o número de ondas de impulso e correções. O criador das Ondas de Elliott ressalta que, comumente, as relações das ondas em termos de preço e tempo exibem níveis de Fibonacci em 38% e 62%.